Por Thais Helena (Portal de Comunicação – Diocese de Sobral)
Com esse espírito alegre e festivo que o dia 04 de outubro representa a todos os católicos, por ocasião do dia dedicado a São Francisco de Assis, o Bispo Diocesano de Sobral, Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, presidiu a Missa Solene no Santuário São Francisco de Assis, na manhã desta segunda-feira, 04. Estiveram concelebrando com o Senhor Bispo, Frei Glauber Pinheiro, reitor do Santuário São Francisco, e Frei Wilter Malveira, promotor vocacional. Também participaram da celebração os seminaristas da Diocese de Sobral e postulantes dos frades capuchinhos. Fiéis e devotos participaram deste momento de fé e devoção, vindo de outros lugares longínquos, e outros puderam acompanhar a distância através das redes sociais do Santuário São Francisco e da Rádio Educadora do Nordeste 950AM.
Dom Vasconcelos acolheu a todos que estavam presentes, principalmente os devotos, pois depois de dois anos pôde sentir os seus diocesanos mais próximos, mesmo com muitas restrições que ainda nos impede de estarmos mais juntos devido a pandemia do Covid 19.
O promotor vocacional dos Frades Capuchinhos, Frei Wilter Malveira, anunciou o evangelho e em seguida Dom Vasconcelos proferiu a homilia, e foi uma admirável reflexão sobre a pessoa de Francisco, principalmente ligada a configuração de Jesus Cristo. Dom Vasconcelos enfatizou: “Se fôssemos falar dos talentos que Deus manifestou na pessoa de Francisco de Assis nós passaríamos dias, meses, anos e não esgotaríamos tudo que dele se pode dizer. A princípio três virtudes gostaria de mencionar: a primeira delas, a configuração de Francisco de Assis com a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, um só coração e uma só alma. São Francisco podia e pode repetir as palavras do apóstolo Paulo: eu vivo, mas não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim. ”
E continuou: “Quando nós contemplamos São Francisco, contemplamos São Francisco das Chagas. As pessoas que o viam, diziam: ali se encontra um outro, Cristo! A segunda virtude de Francisco, era a pobreza, simplicidade, humildade, fraternidade, a caridade, a capacidade de viver a pessoa de Jesus, na pessoa do irmão. E em terceiro ponto, a sua fraternidade para com todos, pois ele não quis ser bispo e nem padre, ele quis ser o irmão Francisco, irmão do sol, irmão da lua, irmão do lobo, irmão de todos. Mas, existe um aspecto que nos toca muito, a vocação de Francisco. Na pequena igrejinha de São Damião, Jesus conversou com Francisco e disse: Francisco, constrói a minha igreja. E essas palavras mudaram a vida de Francisco e então ele fundou a ordem franciscana. Hoje Jesus chama a todos para construir uma casa, quer que todos sejamos operários, quer que todos arregacemos as mangas e trabalhemos na construção de uma casa, e essa casa se chama a casa da fraternidade, mais do que nunca o mundo está sedento de uma casa onde se viva a fraternidade, uma casa que tem como alicerce Cristo Jesus, ele é a rocha, ele é o fundamento, ninguém encontrará uma pedra angular mais perfeita do que Cristo. Jesus quer que nós ergamos as colunas desta casa, e a primeira coluna que ele quer que nós construamos e façamos acontecer é a coluna do pão, o pão vivo descido do céu. É a coluna da espiritualidade, que se manifesta de uma maneira estupenda na liturgia em que celebramos o mistério pascal de nosso Senhor Jesus Cristo. Essa casa que pretende ser a casa da fraternidade não pode faltar nela espiritualidade, e espiritualidade significa vida no espírito, vida em Cristo Jesus e se faz necessário a oração, rezar juntos, celebrar a eucaristia. Ao lado do pilar do pão está o pilar da palavra, a palavra de Deus que é o próprio Deus e desconhecer a palavra é desconhecer Cristo. Não podemos ignorar a palavra de Deus e nem ser surdos diante da palavra de Deus, é necessário sermos leitores, ouvintes e praticantes da palavra. No terceiro pilar, o mais belo, o mais eloquente na vida de Francisco, o pilar da caridade, a caridade que é a mais bela de todas as virtudes. A caridade que acolhe o irmão sem preconceitos, que é capaz de incluir e jamais excluir, escutar, sentir como o outro, alegrar-se com os que estão alegres e entristecer-se com os que estão tristes, caridade concreta que nos leva a colocar a mão no bolsa e partilhar o pouco do que temos com aqueles que nada tem, pois sem caridade não entraremos no reino dos céus. E finalmente, a quarta coluna, a coluna da missão, onde é necessário proclamar com a palavra e com a vida que Cristo vive, sermos uma igreja em saída, darmos testemunho do Cristo Jesus. Uma vez erguida essas quatro colunas essa casa precisa ser aberta, com porta de todos os lados, uma casa que acolhe a todos e envia todos em missão”.
No final da celebração, o Reitor do Santuário, Frei Glauber Pinheiro, agradeceu a todos que ajudaram durante os nove dias de festa, e também a presença do Bispo Diocesano, Frei Wilter, postulantes e seminaristas presentes.
Fotos: Marcildo Brito – Jornal Correio da Semana