Segunda-feira, Novembro 18
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Francisco: a medida do progresso deve ser a pessoa e não o lucro

Com uma mensagem, o Papa acompanhou a abertura do evento “Preparando o futuro, construindo uma economia sustentável, inclusiva e regenerativa” realizado no Palácio Lateranense, e promovido pela Comissão do Vaticano para a Covid-19 do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral e a Rede Deloitte. O convite do Pontífice: é necessária uma nova abordagem, muitas oportunidades foram perdidas

Vatican News

“Não declarações de intenção, mas compromissos concretos para que a economia e as finanças estejam a serviço das pessoas e da mãe terra: que a medida do progresso sejam as pessoas saindo da pobreza e trabalhando com dignidade, e não a lógica do lucro, da expansão e da rentabilidade a curto ou imediato prazo”. Foi com esta esperança que o Papa dirigiu uma mensagem aos participantes do evento realizado na quarta-feira (12) no Palácio Lateranense, intitulado “Preparando o futuro: construir uma economia regenerativa, inclusiva e sustentável”.

Perdemos muitas oportunidades para mudar nossa abordagem

O evento foi promovido pela Comissão do Vaticano para a Covid-19 do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral e pela Rede Deloitte. O trabalho nasceu do pedido – que o Papa reitera em sua mensagem – de preparar o futuro, utilizando a melhor ciência disponível, com o realismo do Evangelho e em solidariedade com os marginalizados. “É do nosso compromisso”, escreveu Francisco, “que vai depender o que acontecerá”. A pandemia, constatou o Papa novamente, não pode nos deixar como antes, e em dois anos “devemos admitir que perdemos muitas oportunidades para mudar nossa abordagem”.

Francisco fala de novas “injustiças e desigualdades” e de “desafios” que continuam a persistir, como os cuidados com a Casa Comum, a distribuição de vacinas, o aumento da fome, da pobreza e do comércio de armas. Precisamos promover uma “mudança de paradigma” e “encontrar soluções criativas”: o mundo da economia e das finanças tem uma responsabilidade importante. Daí o incentivo aos participantes, em termos de compromisso coletivo na luta contra a pobreza e em prol do emprego: compromissos concretos a serviço das pessoas e da criação. “É tão difícil – pergunta-se o Papa – assegurar as condições para que todos possam contribuir para transformar o mundo com seu trabalho?”. “Vocês podem fazer a diferença: como eu gostaria que todos aceitassem a responsabilidade de preparar um futuro diferente!”.

Este foi o ponto de partida para o trabalho entre especialistas e economistas na modalidade zoom e presencial, para analisar o desafio global da pandemia, que tem destacado a inadequação dos sistemas econômicos e sociais atuais e das sociedades transformadas, e para apresentar novos modelos de economia que valorizam a natureza, as pessoas e a sociedade como um todo.

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